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5 erros de rotulagem que os directores de marketing fazem

Após 20 anos na área da comunicação, sendo a maioria deles ligados à criação de rotulagem, temos tido a oportunidade de assistir a alguns dos erros mais comuns feitos pelos decisores. Acima de tudo, quando se avança para a criação de uma nova imagem, para uma marca ou um rótulo, existem uma série de valores empresariais e pessoais que vão ser postos em causa levando automaticamente à ocorrência de situações que podem pôr em perigo os objectivos pretendidos.

Aqui ficam os mais comuns.

 

1 – Substituirmo-nos ao mercado

Este é o erro mais comum, a avaliação da imagem ser feita de acordo com os princípios de estética pessoal e não com uma análise imparcial do que é mais adequado ao produto. Pode ir desde a utilização de cores (podem não acreditar, mas existem produtos de certas cores no mercado apenas porque o decisor é do clube X ou Z) à estética global de uma embalagem ou marca. Fará sentido, só porque adoramos cervejas artesanais utilizarem o mesmo tipo de estética em comida para crianças?

 

2 – Briefings demasiado curtos

Sem uma clarificação dos objectivos que se pretendem alcançar é complicado desenvolver-se uma imagem adequada. O design de comunicação é um mundo infinito de criatividade. Pode-nos levar por vários caminhos e nem todos vão dar a Roma. Definir bem o objectivo que se pretende atingir é essencial.

 

3 – Briefings demasiado compridos

Da mesma forma, um briefing que contém demasiada informação e, em que essa informação não se encontra trabalhada de modo a retirar o conteúdo essencial, pode ser um verdadeiro problema. Quer para quem está a criar o projecto, como para quem o está a gerir. É necessário, para uma correcta avaliação das necessidades, uma informação bem organizada. Briefings com informações contraditórias, vários estudos de mercado e concorrência, pareceres infindáveis não estipulam objectivos, são apenas dados. É necessário que esses dados sejam analisados correctamente.

 

4 – Bloquear Informação

Trabalhamos numa área muito sensível. O relançamento ou a criação de um produto podem ditar o sucesso do mesmo. Contudo, existe informação essencial que tem de ser facultada. Existe uma, que usualmente não o é, e que pode originar um resultado não adequado aos objectivos. Falamos do PVP. O preço de venda final do produto vai ajudar a definir o posicionamento do mesmo. Nas mudanças de rotulagem, muitas vezes, os directores de marketing vêm uma oportunidade de criar um produto à sua imagem. Posicionando-o num patamar superior ao que realmente vai ser vendido. Não podemos trabalhar um produto com uma linguagem Premium, para depois descobrir que ele vai ser comercializado a 1 euro. Neste caso estamos a defraudar o consumidor e a perder a confiança dele.

 

5 – Não trabalhar em equipa

Avançar para um projecto de reformulação de imagem/rotulagem estipulando logo à partida uma relação de poder bem vincada e não ter abertura para a discussão resulta num trabalho final menos frutífero que o esperado. Pela nossa experiência, os projectos que acabaram por ter mais sucesso no mercado, são aqueles que são geridos por directores de marketing que têm os seus objectivos bem claros mas que trabalham em equipa com a agência escolhida, permitindo um espaço de discussão de ideias e experimentação que resulta sempre num resultado superior final

 

Resumindo, aconselhamos-vos a quando avançarem para um projecto de reformulação de imagem ou rotulagem, estipulem bem os objectivos pretendidos (podem ver estas dicas), reúnam a informação essencial e escolham uma equipa com experiência e em quem confiam.

Bons rótulos!